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Google vai vender anúncios nas buscas feitas pela IA: o que isso muda para o varejo?

  • varejomkt
  • 25 de nov.
  • 5 min de leitura

O Google está passando por uma das maiores transformações desde que lançou o seu buscador. Depois de anos dominando os resultados de pesquisa tradicionais, a empresa começou a testar e anunciar ao mercado um novo formato: anúncios inseridos diretamente nas respostas geradas por inteligência artificial (IA) dentro da página de resultados. 

Se você é varejista – com loja física, e-commerce ou atuação híbrida – isso não é apenas uma curiosidade tecnológica. É uma mudança direta em como seus clientes vão descobrir produtos, comparar opções e decidir onde comprar. Em vez de ver apenas links e anúncios em texto, o consumidor passa a receber respostas prontas, com recomendações, resumos e, agora, espaço para anúncios integrados a esse conteúdo gerado por IA.

Neste artigo, vamos entender o que é essa novidade do Google, como os anúncios em buscas via IA devem funcionar e o que você, como varejista, precisa começar a fazer desde já para não ficar para trás.

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1. O que significa “anúncios nas buscas feitas pela IA”?

Tradicionalmente, quando uma pessoa pesquisa algo no Google, ela vê:

  • Anúncios no topo (Google Ads) 

  • Resultados orgânicos (links de sites) 

  • Às vezes, mapas, imagens, vídeos etc.

Com a entrada da IA generativa no jogo, o Google começou a testar um novo bloco chamado algo como “resumo gerado pela IA” ou “AI Overview” (os nomes podem variar conforme o país e a fase do teste). 

Em vez de só listar links, o Google:

  • Lê o que foi buscado 

  • Gera um texto-resposta, explicando ou recomendando algo 

  • Inclui, dentro desse contexto, links, cards de produtos e, agora, espaço para anúncios.

Na prática, o usuário passa a ter uma experiência mais parecida com “conversar com um assistente” do que simplesmente “escanear uma lista de links”. E o Google já deixou claro: vai monetizar essa camada de IA com anúncios.

Para o varejo, isso significa que seus anúncios poderão:

  • Aparecer dentro de respostas da IA quando alguém buscar, por exemplo:


    • “melhores tênis para corrida em rua molhada” 

    • “onde comprar TV 4K em promoção em [cidade]” 

    • “ideias de presentes de aniversário até 200 reais” 

Ou seja: o anúncio não estará mais só “ao lado” da informação, mas misturado ao contexto que o usuário está lendo.

2. Como isso impacta o comportamento do consumidor?

Essa mudança não é apenas de layout – é de comportamento.

Hoje, muita gente já usa Google e outras IAs para:

  • Pedir recomendações (“qual celular comprar em 2026?”) 

  • Comparar produtos (“diferença entre notebook gamer e ultrabook”) 

  • Buscar ideias (“decoração de sala pequena com orçamento baixo”)

Com a IA do Google respondendo de forma direta e já trazendo “opções recomendadas”, o consumidor tende a:

  • Clicar menos em vários links diferentes

  • Confiar mais na primeira resposta bem organizada

  • Decidir mais rápido, principalmente em compras de ticket médio

Se o seu produto ou sua loja não estiver presente nesse novo tipo de resultado, você corre o risco de simplesmente não ser visto, mesmo anunciando da forma tradicional.

Por outro lado, se você souber usar bem essa novidade, pode se beneficiar de:

  • Tráfego mais qualificado (o usuário já vem “educado” pela IA) 

  • Maior relevância em buscas complexas (“melhor combinação de produtos para…”) 

  • Mais chances de aparecer em consultas que antes pareciam genéricas demais

3. O que isso muda na estratégia de anúncios do varejista?

A entrada dos anúncios nas buscas via IA não substitui o que já existe, mas adiciona uma nova camada. Alguns pontos estratégicos para o varejo:

3.1. Mais foco em intenção, menos em palavra solta

A IA entende contexto e intenção de busca de forma mais profunda. Isso significa:

  • Não basta brigar apenas por palavras-chave genéricas como “sapato feminino barato” 

  • Você precisa pensar em situações de uso e problemas reais do cliente:


    • “sapato confortável para ficar em pé o dia inteiro” 

    • “roupa social para trabalhar em escritório quente” 

    • “geladeira econômica para família pequena”

Esses tipos de busca conversacional tendem a ser respondidos pela IA – e é ali que o Google vai inserir anúncios relacionados. 

Quanto mais seus produtos, descrições, campanhas e segmentações conversarem com essas intenções, maior a chance de você aparecer bem posicionado.

3.2. Criativos e fichas de produto mais completos

Se a IA do Google precisa entender o que você vende para mostrar nos resultados e nos anúncios, você precisa:

  • Ter títulos claros e descritivos de produtos 

  • Descrições que falem de:

    • Benefícios 

    • Uso real 

    • Características técnicas 

  • Imagens de boa qualidade

Isso vale tanto para:

  • Seu e-commerce próprio 

  • Quanto para:

    • Google Merchant Center 

    • Marketplaces (Mercado Livre, Amazon etc.), que também podem aparecer em resultados

A IA “lê” esses dados para decidir o que exibir.

3.3. Integração com campanhas automáticas (Performance Max, por exemplo)

O Google vem puxando os anunciantes para modelos mais automáticos, como Performance Max, que já usa IA para:

  • Decidir onde exibir anúncios (Busca, Display, YouTube, Shopping etc.) 

  • Ajustar lances 

  • Testar criativos

Com anúncios integrados à resposta da IA, é provável que:

  • Esses formatos automáticos ganhem ainda mais peso 

  • A segmentação seja cada vez mais orientada por:

    • Intenção de busca 

    • Perfil de quem está pesquisando 

    • Histórico de comportamentos

Para o varejista, isso reforça a importância de:

  • Alimentar bem o Google com:

    • Catálogo organizado 

    • Fluxo de conversão claro 

    • Metas bem configuradas (compra, visita à loja etc.)

4. Riscos e oportunidades para varejistas de produtos

Como toda mudança grande, essa novidade traz riscos e oportunidades.

4.1. Riscos

  • Dependência maior da “caixa-preta” da IA


    Fica mais difícil saber exatamente por que um anúncio apareceu em determinado contexto. 

  • Concorrência pelos espaços premium da IA


    Os “slots” dentro de respostas geradas pela IA tendem a ser limitados. Quem otimizar melhor leva. 

  • Menos espaço para improviso


    Campanhas mal estruturadas, anúncios genéricos e catálogos bagunçados tendem a perder força.

4.2. Oportunidades

  • Ganhar visibilidade em buscas mais complexas e completas, onde antes você não aparecia tão bem. 

  • Aumentar taxa de conversão, pois o usuário chega mais “pronto” para decidir. 

  • Fortalecer marcas que realmente entendem o cliente, com mensagens mais alinhadas ao contexto da busca.

Varejistas que vendem produtos com muitas variáveis (tamanho, modelo, uso) – como moda, esportes, eletrônicos, móveis – podem ganhar muito ao aparecer nas respostas inteligentes com soluções bem encaixadas às dúvidas do usuário.

5. O que você pode começar a fazer agora

Mesmo que o recurso ainda esteja em teste ou em rollout gradual em alguns mercados, há ações que o varejista já pode adotar:

  1. Organizar seu catálogo digital

    • Títulos descritivos 

    • Boas fotos 

    • Descrições voltadas para benefícios e usos reais 

  2. Ajustar sua estratégia de palavras-chave

    • Incluir termos mais conversacionais nas campanhas 

    • Pensar em perguntas que seus clientes fariam e não apenas em “nome do produto”

  3. Testar formatos automatizados

    • Começar a usar ou otimizar campanhas como Performance Max 

    • Configurar bem conversões (compra online, visitas à loja, ligações etc.)

  4. Acompanhar de perto as novidades do Google Ads

    • Ficar atento a novos campos, relatórios e tipos de anúncio relacionados à IA 

    • Ler notas oficiais e casos de uso

Quem se preparar desde já tende a aproveitar melhor o momento em que isso estiver amplamente disponível no Brasil e no seu segmento.

Conclusão

A decisão do Google de vender anúncios dentro das buscas geradas por IA não é apenas uma atualização técnica: é uma mudança de paradigma em como as pessoas vão pesquisar e comprar produtos nos próximos anos. Para o varejista, isso significa uma coisa clara: não basta mais aparecer; é preciso aparecer com relevância no contexto certo, na resposta certa, para a pessoa certa.

Organizar seu catálogo, ajustar suas campanhas para intenção de busca e acompanhar de perto essas mudanças coloca seu negócio em posição de vantagem em relação a concorrentes que ainda estão presos apenas ao modelo antigo de anúncio. E, nesse novo cenário, quem entende de marketing digital aplicado ao varejo sai na frente.

É justamente nesse ponto de conexão entre tecnologia, comportamento do consumidor e estratégia de vendas que a Varejo Marketing atua: traduzindo novidades como a IA nas buscas do Google em ações práticas que ajudam varejistas a se manterem visíveis, relevantes e competitivos no dia a dia.

Por Equipe Varejo Marketing – acompanhando a evolução do marketing digital para impulsionar o resultado do varejo brasileiro.

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